Em tempos de consumo desenfreado, tudo pode parecer descartável: objetos, ideias e até mesmo pessoas. E nesse ciclo de mercado de compra e descarte as cidades são transformadas em depósitos de resíduos. Contudo, até mesmo nesse cenário caótico, ainda há vida. Nessa exposição parafraseamos os Racionais MC’s, “até no lixão nasce flor”, e é dessa resistência que esta exposição se alimenta. Aqui, jovens artistas de periferia ressignificam o que muitos chamariam de lixo, transformando restos em arte, denúncia e poesia visual. A partir de materiais reaproveitados retirados diretamente dos lixos de Belo Horizonte e da Região Metropolitana, do olhar crítico e da criatividade, suas obras questionam, do lixo que você vê, qual parte é arte? Cada obra é uma subversão da lógica da obsolescência e um testemunho de que, mesmo nos espaços marginalizados, a arte pode florescer, é só enxergar além do descarte e do descaso.
Natural de Contagem e criada em Sabará, Sofia, que atende pelo pseudônimo de Cherry, é multiartista há nove anos dentre as artes visuais, com produção de artes em porcelana fria, desenho e pintura. Além de artista é empreendedora, produtora cultural e pedagoga em formação.
Artista/Grupo: Sofia Sara